segunda-feira, 16 de junho de 2008

1968: o sonho acabou?




O Sonho não acabou! Primoroso seria alcançá-lo, realizá-lo, degustar do sonho, seus ideais e torná-lo mesmo que fruto híbrido de uma geração, tocável pelas mãos. O Sonho não acabou! Porque ainda é um sonho! Que descansa coberto por lápides frias, que adornam tristes jardins com nomes célebres de anônimos poucos heróis.As testemunhas de uma geração naquele Maio multicolorido, que vivem e sobrevivem, que nos contam de um tempo em que no peito inflamava a coragem de tornar um País, nação. No brado forte, o grito de liberdade! No verde loiro, a mão que a açoita. Acomodar-se-á no futuro, eterna glória do passado.
As lágrimas que regaram o solo naquele Maio floresceram veredas que hoje desconhecem o sal que as nutriu. Nessa torrente empírica que decifrou a necessidade de criar uma hecatombe mítica onde se assola qualquer tabu, tatuou em uma nova geração direitos tão sagrados mas tão comuns que não se percebem, o andar despreocupado, o contemplar do alvorecer, o poluir dos pulmões e do mundo, o fumegar de uma droga que incandesce o a família e queima tantos outros sonhos...O Sonho não acabou, por que muitos dos que sonharam agora dormem. Muitos dos que não dormiram, ainda sonham, e aqueles que foram concebidos durante o sonho se adaptaram tão grandiosamente a eles, que se tornaram sonâmbulos. Gozo dos sonhos de uma geração que sonhou revolucionar a política, e nesse sonho estremeceram conceitos, ideologias, princípios e alcançaram êxito na revolução de comportamentos. O que era homogêneo se dissipou, o que era imaturamente ético se emancipou.O Sonho não acabou, por que eu continuo a sonhar...A não ser que eu durma.
Postado por Allysson Alves

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